ABSTRACT
Fundamentos: A síndrome metabólica é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, usualmente relacionados à resistência à insulina.Objetivo: Avaliar a associação entre a síndrome metabólica e a gravidade da doença arterial coronariana. Métodos: Estudo transversal com 322 pacientes submetidos à cineangiocoronariografia eletiva. Avaliaram-se dados laboratoriais e fatores de risco para a doença arterial coronariana, assim como informações obtidas na cineangiocoronariografia. A síndrome metabólica foi identificada segundo os critérios doNCEP-ATPIII. Para a gravidade da doença arterial coronariana consideraram-se dois aspectos: o número de vasos acometidos e o grau de oclusão da artéria. Investigou-se a associação entre as variáveis estudada se a síndrome metabólica utilizando-se o teste do qui-quadrado; a determinação dos fatores de risco por meio do OR e associação com a gravidade pela regressão de Poisson. Considerou-se significativo p<0,05.Resultados: A prevalência da síndrome metabólica foi 58,07 %, sendo 59,13 % nos portadores de doença arterial coronariana, sem significado estatístico. A síndrome metabólica não se constituiu fator de risco independente para a presença de doença arterial coronariana. Tanto na avaliação do número de vasos acometidos quanto no grau de oclusão observou-se, nos pacientes com síndrome metabólica, tendência de maior gravidade, porém sem significância estatística. Na avaliação dos componentes da síndrome metabólica, apenas a hipertensão arterial se apresentou como fator de risco para doença arterial coronariana. Conclusão: Não se observou associação entre a síndrome metabólica e a gravidade da doença arterial coronariana.
Background: Metabolic syndrome is a complex disorder with a set of cardiovascular risk factors, usually related to insulin resistance.Objective: To assess the association between metabolic syndrome and the severity of coronary artery disease. Methods: Cross sectional study with 322 patients undergoing elective coronary angiography. Laboratory data and risk factors were evaluated for coronary artery disease, as well as information obtained during the angiography. Metabolic syndrome was diagnosed according to the NCEP ATPIII criteria, using two aspects to rate CAD severity: the number of vessels involved and the level of occlusion in the artery. The association between these variables and metabolic syndrome was investigated, using the chi-square test; risk factors were defined through the OR and the association with severity was measured through the Poisson regression, with p<0.05 considered as significant. Results: The prevalence of metabolic syndrome reached 58.07%, and 59.13% in patients with coronary artery disease, with no statistical difference. Metabolic syndrome was not an independent risk fact for the presence of coronary artery disease. When assessing occlusion levels and the number of vessels involved, a trend towards greater severity was notedin patients with metabolic syndrome, but with no statistical significance. Among the metabolic syndrome components, hypertension was the only risk factor for coronary artery disease. Conclusion: No association was noted between metabolic syndrome and the severity of coronary artery disease.